Massa corrompida

Em vários momentos de discussões e mesas redondas, ouvi pessoas mais informadas e capacitadas do que eu dizerem que a corrupção se dava pela carência financeira, pela necessidade humana. Em alguns momentos estes estudiosos, foram interrompidos por outros que discordaram dessa hipótese.

Trago para nossa realidade política essa discussão, será que as pesso as se corrompem por R$ 50 devido a necessidade, a falta de alimento? Questionamento que me faço, e que ouso tecer certa proposição. Nesse carnaval vi a alegria de muitas pessoas, os foliões cheios de amor e alguns com uma disposição financeira apreciável. Alguns desses, são os mesmos que no período eleitoral, de forma infame dedicam seu voto ao escambo de míseros 20, 30, 50 reais, digo míseros, pelo excesso visto meses antes à eleição, no carnaval.

Ser ou estar corrompido, não é falar com alguém, discutir ideias, analisar ou argumentar em prol do social, seja ele situação, oposição, preto ou branco, o importante é possibilitar que o outro pense e estando com o poder, que aja, promovendo a ação necessária. Ser ou estar corrompido, é ficar nulo às questões sociais, é permitir que o outro ocupe os espaços do povo e não seja questionado.

Penso que não é pela necessidade que a maioria se corrompe, é pela falta de instrução, formação, pois não adianta receber informação se o encéfalo é incapaz de processá-la.

Poderíamos ser julgados pelo nosso trabalho, ou prestação de serviços ao longo dos anos, porém, somos julgados por estar, por conversar com alguém, sobre o qual enquanto figura pública e política, e que rege os destinos com o erário social, somos críticos ferrenhos. Erramos por não julgarmos pela essência, estamos insanos no mundo das aparências morais.

A sociedade peca em demasia, quando não olha o futuro, e vive só o agora.

Sejamos mais realistas, mas também nos permitamos sonhar com outra realidade, temos que acreditar, o futuro deve ser melhor que o hoje, o agora, ainda que este esteja bom. Não mudaremos o perfil social em milhões de anos, e jamais conseguiremos se não começarmos a fazer hoje nossa mínima parte à conscientização.

Não esperem que os governantes façam por vocês, devemos praticar, rebelar, questionar para que eles sintam a obrigação de atuar. Não perpetro aqui análise sociológica, mas uma historieta, típica daqueles que dedicam um tempo de sua vida a pensarem à sociedade.