A NOSSA CRISE

Há, em alguns setores da sociedade o relevante interesse, promiscuo, digo de passagem, de atingir, desrespeitar e difamar. Em protuberância a tudo, ouço aqui e ali, discursos inflamados, ora dignos de ouvidos, ora dignos de repugnância.

Quão extasiado que sou por tais discursos e problemáticas sociais, fico lentamente a analisar o cenário se pintando. A cada nova denúncia, divulgação, provocação, reunião, manifestação sobre a crise, quiçá verdadeira ou não, protetores e acusadores em batalhões preparam-se para digladiarem-se.

Os personagens dessa crise, imoral e antiética, são todavia rostos conhecidos, por vezes mascarados. Aglutinam-se de um lado alguns poucos favorecidos, do outro, os destronados do poder, em cima os apaixonados, sem apropriação dos fatos, embaixo alguns poucos, porém informados, os críticos, mal visto pela fatia comedora. No meio de tudo isso, a grande massa, levada midiaticamente, pelo assistencialismo e presos pelas algemas do medo, da dependência e da esperança empregatícia.

Em meio a esse cenário é latente os discursos que não ultrapassam a barreira do umbigo, ora pelo o emprego que se tem, ora pelo cargo que se perdeu, ora pelo que se quer. E em detrimento de toda essa aberração de palavras ao vento, uma gama social poderá sofrer muito caso a prática para dias melhores não se concretize, tanto social quanto governamentalmente. Eis a necessidade de menos discursos autopromocional e mais ação social.

Tenho certa preocupação com os discursos, vejo dia-a-dia guerra de amigos. Espero que as coisas melhorem em nossa São Miguel dos Campos. Porém, não é querendo tapar o sol com a peneira que isso irá ocorrer.
Para além das disputas políticas e os interesses pessoais, há uma grande massa que pode sofrer muito, quanto mais as coisas demorem a se organizar.